quinta-feira, 14 de abril de 2011

RECADO PARA O AMANHÃ - Do livro: ( a editar) "VERBOS NA PRIMEIRA PESSOA"


RECADO PARA O AMANHÃ
(Considerações finais)

Deixai meus versos serem como são,
Não os altereis na rima ou medida;
Ninguém queira ser um autoricida,
Por melhor que seja, sua intenção.

Deixai-os, nem que alguns paradoxais,
Que estão pesados, a muita canseira;
Ideias sem fim, deitara à fogueira,
P’ra me servir, somente de ideais.

Não queirais ser carrascos deles, não,
Não lhes mudeis nem mesmo uma palavra;

(Seja ela impávida, ou seja brava)

Deixai cada vírgula e travessão.

É que limá-los, ser-lhes-ia, fútil,
Nem que tal, não lhes tirasse o sentido;
Mas meu tempo, tinha sido perdido,
Todo o meu labor, tinha sido inútil...

: Volátil pensamento, alma inquieta,
Furentes cargas de insatisfação;
O meu fim, foi a plena perfeição,

Mas ela está em Deus, não no poeta!...

1991


FIM DESTE BLOGUE


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quarta-feira, 13 de abril de 2011

O SABER - (O POEMA DA SEMANA - 2011/04/13) Do livro: ( a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

O SABER

Consegui-lo-emos por certo, todos alcançar
Bastando para isso, usar de persistência
Porque precisamente será por se teimar
Que até quase de um nada às vezes, sai ciência!

Para isso, é urgente sempre se remar,
Contra esse pensar frouxo da desistência;
E as tripas, porventura em coração tornar
Em cada complicado galho de exp’riência.

E se  até negro pão, tivermos que  comer
(Mesmo esse, que o diabo, tivera amassado)
Não nos abstenhamos jamais, de o fazer;

Veremos, co'o pior então ultrapassado
Que sem custo algum, qual o valor do saber?
Seria um “troféu” ter, porém desmedulado...

1990

sábado, 9 de abril de 2011

CARPIR DE AMOR - Do livro (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"

CARPIR DE AMOR


Qualquer carpir de amor, se em vasilhame,
Não era de espantar, que desbordassa,
Que um passional impasse ou desenlace,
Dói mais que reprovar-se num exame.

É que além de causar impaciência,
Ou mesmo gerar gerar grande depressão
Destrói sonho, quimera e ilusão,
E retira o sentido à existência.

Por tal,expectativa exagerada,
Em todo e qualquer passional credo,
Poderá muito bem sair gorada;

E tida a relação a-dois por laço
Poder-se-á ter razão (ou tarde ou cedo)
De apodar um tal laço de: fracasso...


2008

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ALMA SOLITÁRIA - ( ENTRE SEXTA E SÁBADO - 2011/04/08 ) Do livro: (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

ALMA SOLITÁRIA


No "reino" de fausto, alma sai de cena
Ei-la em solidão - quem é que a acarinha?
De que jeito se põe ela serena
Se tanto a espezinha, estar sozinha?

Como pode alterar sua novena
Ou mesmo renovar a cantilena
Se negras notas tem, na voz “à pinha”?

"Gaivota" em canto de triste, no convés
Alma em solidão – quem é que a aguenta?
Desnorteada e em frias marés,
Tolhida por grilhões de uma tormenta.

Roça-lhe ambição, bem de résvés,
Põe - para meditá-la - em terra os pés
E alternativo mar de paz inventa.

Solitária alma assim - quem a acompanha?
Quem é que lhe retira esse ar de "luto"?
É "gaivota" sozinha e assim se acanha
De sua condição, a raiva é fruto...

Mas há quem considere uma façanha
A própria solidão, que um bem se ganha:
O benefício de um salvo-conduto*!

2008

* Salvo-conduto - Liberdade, de ir para onde se quer.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PRÉ - ALIANÇA DE AMOR - Do livro: (a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

PRÉ -ALIANÇA DE AMOR


Renegue-se da ideia o prazer bruto,
De ter-se a solidão por excelência;
Que um coração, com ela na gerência,
Por certo colherá mirrado fruto...

E se dum morto amor se acabar luto,
Atente-se da alma,  a sua ardência,
Para - que após um seu grito de: urgência,
Viver-se novo amor, nem que um minuto.

E ele está na empatia - por começo
Com sensações do mais sublime apreço,
Que às vezes mal se explicam, mas bem sentem;

Troca de olhares, se é pré -aliança
É  também expressão de sã fiança -
Que muito raramente os olhos mentem!

2009

quinta-feira, 31 de março de 2011

AO PARTIR DO DESLUMBRAMENTO - Do livro: "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"


AO PARTIR DO DESLUMBRAMENTO

 

Vulcânica emoção, que anda na crista,
Poderá de cansaço dar sinal,
Que nem sempre resulta triunfal,
Um puro sentimento, que se invista....

Ficando como rocha arrefecida,
Aquilo que era brasa incandescente
E dando mesmo azo à despedida...

Sob pena, de um dos lados mais sentir,
O estigma - que esgazeia mesmo quase -
Jus a um deslumbramento, de que a fase,
Se é que existiu, então teve o partir...
 

2009