sexta-feira, 8 de abril de 2011

ALMA SOLITÁRIA - ( ENTRE SEXTA E SÁBADO - 2011/04/08 ) Do livro: (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

ALMA SOLITÁRIA


No "reino" de fausto, alma sai de cena
Ei-la em solidão - quem é que a acarinha?
De que jeito se põe ela serena
Se tanto a espezinha, estar sozinha?

Como pode alterar sua novena
Ou mesmo renovar a cantilena
Se negras notas tem, na voz “à pinha”?

"Gaivota" em canto de triste, no convés
Alma em solidão – quem é que a aguenta?
Desnorteada e em frias marés,
Tolhida por grilhões de uma tormenta.

Roça-lhe ambição, bem de résvés,
Põe - para meditá-la - em terra os pés
E alternativo mar de paz inventa.

Solitária alma assim - quem a acompanha?
Quem é que lhe retira esse ar de "luto"?
É "gaivota" sozinha e assim se acanha
De sua condição, a raiva é fruto...

Mas há quem considere uma façanha
A própria solidão, que um bem se ganha:
O benefício de um salvo-conduto*!

2008

* Salvo-conduto - Liberdade, de ir para onde se quer.

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