No "reino" de fausto, alma sai de cena
Ei-la em solidão - quem é que a acarinha?
De que jeito se põe ela serena
Se tanto a espezinha, estar sozinha?
Como pode alterar sua novena
Ou mesmo renovar a cantilena
Se negras notas tem, na voz “à pinha”?
Alma em solidão – quem é que a aguenta?
Desnorteada e em frias marés,
Tolhida por grilhões de uma tormenta.
Roça-lhe ambição, bem de résvés,
Põe - para meditá-la - em terra os pés
E alternativo mar de paz inventa.
Solitária alma assim - quem a acompanha?
Quem é que lhe retira esse ar de "luto"?
É "gaivota" sozinha e assim se acanha
De sua condição, a raiva é fruto...
Mas há quem considere uma façanha
A própria solidão, que um bem se ganha:
O benefício de um salvo-conduto*!
2008
* Salvo-conduto - Liberdade, de ir para onde se quer.
Sem comentários:
Enviar um comentário