ROMÂNTICA QUARENTONA, DE FIBRA
Jamais sua alma vende, nem aluga,
Nem que lhe torçam mesmo, até um pulso;
Tendo por galardões a cã e a ruga,
Sem a seus compromissos, fazer fuga,
Mais por pensar, agindo, do que impulso.
Sempre avessa a ignomínia e a malícia,
Porém sem subestimar, um bel-prazer;
E destrinça a carícia, da sevícia;
Crendo no peito o amor, como “estrelícia”,
Sujeita, a um próprio prazo de viver...
Logo, se de atração, lhe chega a hora,
E se é que ela preveja uma envolvência
Tem de bom senso, a par, carga emissora;
E assim, a quarentona, não ignora,
Do amor, ventura, ou risco de falência.
Por tal, de peito aberto a um conformar,
– Ou com pés em terra, essa “flor” regando,
Sempre ciente, que possa “murchar” –
Em ramerrame, vai “deixando andar”,
De cada vez um dia, desfrutando.
2009