(Considerações finais)
Deixai meus versos serem como são,
Não os altereis na rima ou medida;
Ninguém queira ser um autoricida,
Por melhor que seja, sua intenção.
Deixai-os, nem que alguns paradoxais,
Que estão pesados, a muita canseira;
Ideias sem fim, deitara à fogueira,
P’ra me servir, somente de ideais.
Não queirais ser carrascos deles, não,
Não lhes mudeis nem mesmo uma palavra;
(Seja ela impávida, ou seja brava)
Deixai cada vírgula e travessão.
É que limá-los, ser-lhes-ia, fútil,
Nem que tal, não lhes tirasse o sentido;
Mas meu tempo, tinha sido perdido,
Todo o meu labor, tinha sido inútil...
: Volátil pensamento, alma inquieta,
Furentes cargas de insatisfação;
O meu fim, foi a plena perfeição,
Mas ela está em Deus, não no poeta!...
1991
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