terça-feira, 13 de julho de 2010

TRÊS DEDINHOS DE CONVERSA



Estimado leitor

Se tenho um prazer indescritível em pintar, criar e fazer minhas tentativas de escultura, não tenho menos, em reciclar ou restaurar o que quer que seja, por muito obsoleta que a peça se me apresente e/ou quase irremediavelmente partida ou com ruptura.
Como exemplo, citarei o caso dumas velhas latas de cozinha, que embora intactas, no que concerne ao estado do material, encontravam-se porém, há décadas inactivas e como tal bastante oxidadas mesmo. Eram duma familiar, que jus a ser bastante conservadora, tinha-as num canto duma arrecadação. Estariam assim aí, à minha espera?
Por certo, quando as vi logo pensei, que muitas pessoas não hesitariam em deitá-las fora. Contudo, também nesse momento, aumentou a minha coragem, a minha forte razão para uma auto-aposta que por isso mesmo fizera.
Após lixá-las, em vez de pintá-las a cores pitorescas e com temas de cozinha (frutas, verduras, plantas culinárias ou coisas que tais) fi-lo a cores sóbrias e simples traços.
Depois de devidamente prontas, pendurei-as num escaparate adaptado ao caso e em vez de colocá-lo assim com o "novo trem decorativo" num canto da cozinha, pu-lo sim, num canto mas da sala de jantar. É que na cozinha, com a passagem de algum membro da família e consequente roçagem numa ou outra lata, havia a iminência dela poder cair sobre a tijoleira do chão, amassando; e embora eu pudesse tentar pô-la como era, além de ser um trabalho por certo delicado, poderia mesmo acabar debalde, além de estar sujeita a poder acontecer o mesmo, a mais peças do conjunto, o que seria uma pena.
Que bem que ficou o escaparate com a latoaria, nesse canto da sala de jantar! É que se a seu lado, existe um armário pintado, em cores similares ao conjunto em questão, a sala tem as paredes pintadas na cor amarelo-torrado, que harmoniza lindamente com as cores da latoaria, onde entre elas, existe o dourado. Como tal, o conjunto, ficou muito melhor à beira de paredes assim, do que dos azulejos claros da cozinha. Para mais, se alguma lata se soltar do escaparate, (o que é quase impossível por o conjunto estar num canto, longe da passagem) subsiste a perspectiva de não amassar, mercê do chão ser em madeira.
As visitas teceram e continuam a tecer-me elogios, pelo que há de curioso, tanto nas cores, como modelos das peças, o próprio escaparate e local onde se encontra. Claro que serão unânimes, porque muitas de tais peças, se são de usar na cozinha, são também de ir à mesa da sala. Como exemplo citarei ( de entre outras coisas) os dois bules.
Aproveito para lembrar, que o lema do aproveitamento do que parece inútil e com o mínimo de despesa , me serviu de logótipo de panfletos publicitários para exposições que tenho feito.
Como exemplo: APROVEITAMENTO + POUPANÇA, = A ARTE! ( Aproveitamento mais poupança, igual a arte)
A autora

Maria do Sameiro Matos


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