Obrigada, oh mar, pelo muito que me dotas,
Facultando-me o sóbrio enleio desse canto,
– E que tu motivas, na alegria ou no pranto –
Das tuas ternas e dedicadas gaivotas!
Inconstantes, mas no fundo, a ti tão devotas!
E quanto eu deliro com seu voar, oh quanto!,
À tua volta, em louco frenesim de espanto,
Após debalde, sua debandada às lotas!...
Também eu voo, nas asas do pensamento,
E quantas, das vezes, meu frenesim é tal,
Que na verdade, co’as gaivotas me aparento…
E sabes quem me faz voar, nesta euforia?:
(Não te enciúmes mar, nem me leves a mal)
É o mavioso, o doce mar da poesia!
Póvoa do varzim - 1990
Sem comentários:
Enviar um comentário