O LIVRO DE UM PRISIONEIRO GRISALHO
Num desanimar, já dado em caótico
Ele medita em falha e muita gralha;
A si mesmo, se acusa, e também ralha
Num remoer do género neurótico.
Pudesse libertar-se que – despótico
E mesmo com a nuca, bem grisalha –
Iria incentivar a haver batalha
De intento progressista e patriótico!
Mas na cela sombria e bafienta
Terá de bons propósitos travar-
- Confessando-o em muito fascículo -
E sempre o mesmo sonho ele cimenta:
Poder em liberdade prestigiar,
Desse seu livro, o último capítulo!
2010/04/07
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