sexta-feira, 11 de março de 2011

VELHA AURA DE POÉTICO CLIMA - ( O POEMA DA SEMANA - 2011/03/11


VELHA AURA DE POÉTICO CLIMA

I
O que alguns acham mesmo extravagância
Manter-se um cultural, poético clima;
Acrescem-lhe o cariz de petulância

Subestimando até na mão a lima
De muito beletrista que improvisa,
P’ra bem intencional soberba rima.

Que de mente, por vezes indecisa
– Como uma melodia que se grave –
Implica precisão muito concisa;

(Nem muito tenaz, nem demais suave
Que apaixone, enraiveça ou inquiete
E quiçá junte fãs em bom conclave)
II
Não há autor que versos seus, não vete
– Por ter a perfeição, debaixo de olho –
E por vezes batalhe, até por sete…

Ou se insira num tipo de restolho
E acabando por ver-se limitado,
Que nem um verme dentro de repolho…

Mas sem permitir-se em desaforado
Antes de persistência, dá sinal,
Facto, na sua escrita, provado,
Ante o corrente garbo, lexical !

2009

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