sexta-feira, 2 de julho de 2010

A CAMILO CASTELO BRANCO ( DO MEU PREITO A CAMILO )


A CAMILO CASTELO BRANCO


Por os teus amores tão violentos e controversos
Sofreste o presídio e com isso grande frustração;
Mas sem dramas, como seria o estro de teus versos?
Sem eles, seria imortal o teu amor de perdição?

Olho o tinteiro, penas óculos nesses móveis dispersos
A cadeira e janela, que tanto te convidaram à meditação
E omino o revólver, que te fez conhecer novos universos
Onde com ele, encontraste para tua cegueira, a solução.

Já ao entrar esse velho portal, mil ideias eu assimilo
E quando vejo camélias vermelhas, nesse chão cismado
Chamo-lhes Musais lágrimas de sangue, por ti Camilo

E assim tristemente esparsadas, nesse taciturno quintal
Choram Camilo o teu Egérico sangue, num acto desesperado
Com o inexorável vigor, desse maldito revólver fatal.
1990/02/21

Sem comentários:

Enviar um comentário