sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DUM INÚTIL VOO DE ROMEU - ( ENTRE SEXTA E SÁBADO - 2010/10/15 ) - Do livro: (a editar) "RELANCES DUM OLHAR"


DUM INÚTIL VOO DE ROMEU
I
Se enamorado, e muito circunspecto
Suspeitando de ser tempo perdido
Nessas nove horas de voo directo

'inda mais (por amor) tão mal dormido
E com a alma assim nesse receio
De seu amor, não ser correspondido

Posto em terra, da moça o hirto seio
E a sua cheia boca – um doce favo
Tiveram logo dele, olhos em cheio

Porque a boca, essa tinha amargo travo
Pois do aterrar, até ao “frente a frente”
Quanto a cigarros, já ia no oitavo…
II
Queria uma resposta, nem que algente
P’ra a sua muito lógica proposta
Da virgem pertencer-lhe inteiramente

Azar seu, que ela a isso não disposta
Deu-lhe no intento, corte radical
- Subentendendo nele, regra imposta -

E assinar um contrato, tão formal
“Soava-lhe” a prisão”; – do assunto o cerne –
P'ra si, liberdade era crucial,
Já que ia trabalhar num bar de alterne.
2009

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