NOTURNA MELOPEIA, NUM CORETO
Um belo italiano assaz franzino
– Gozando de uma idade já vetusta –
Pugna por ser de Orféu, bom paladino;
Exigindo violinos em atino,
Com uma disciplina quase augusta.
Que uma parte da gente da cidade,
É sempre recetiva a atrativo;
E p'ra satisfazer curiosidade,
Ignora de dormir sentir vontade,
Achando ser em prol de bom motivo.
Um tal vulgo, tão justo quanto austero,
Mantém esse seu rígido opinar,
E nem a temp’ratura de grau zero,
Constituirá motivo forte e vero
P’ra haver antes do fim, um debandar.
Só que pretensa diva do distrito,
No intervalo, lá sobe a curta escada;
E após ter desdobrado um papelito,
Solta toada – então “último grito”,
Mas com voz a par'cer cana rachada…
Estragando da ária, a boa tónica,
Que - além de muito ter desafinado -
Com voz tremendamente cacofónica,
Cantou, cantou até tornar-se afónica,
E o povo dispersar, desalentado…
2009
Um belo italiano assaz franzino
– Gozando de uma idade já vetusta –
Pugna por ser de Orféu, bom paladino;
Exigindo violinos em atino,
Com uma disciplina quase augusta.
Que uma parte da gente da cidade,
É sempre recetiva a atrativo;
E p'ra satisfazer curiosidade,
Ignora de dormir sentir vontade,
Achando ser em prol de bom motivo.
Um tal vulgo, tão justo quanto austero,
Mantém esse seu rígido opinar,
E nem a temp’ratura de grau zero,
Constituirá motivo forte e vero
P’ra haver antes do fim, um debandar.
Só que pretensa diva do distrito,
No intervalo, lá sobe a curta escada;
E após ter desdobrado um papelito,
Solta toada – então “último grito”,
Mas com voz a par'cer cana rachada…
Estragando da ária, a boa tónica,
Que - além de muito ter desafinado -
Com voz tremendamente cacofónica,
Cantou, cantou até tornar-se afónica,
E o povo dispersar, desalentado…
2009
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