O SONHO DA MATRONA
Tornada em quimerista, uma matrona,
Pugnava por cumprir só bom adágio,
E sempre afugentar cada presságio,
Que fosse no bom senso, uma intentona.
E aquando então em sesta, na poltrona,
Exercitava a voz – como em estágio,
Para um dia tornar-se-lhe apanágio,
Na ópera o sagrar-se a prima-dona,
Que a vida que levava, era de “estoura”,
E à noitinha – da enxada e da vassoura,
Tinha seu pobre corpo, num cangalho;
Urgia-lhe saber – e com urgência,
Desse seu sétimo ano, a equivalência,
Por ser-lhe a idade um ás, p’ra o tal trabalho!
2009
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