sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Com qualquer tinta pintaria - concerteza,
(Numa toalha ou lençol, assim retesados)
Mil e um encantos, dos cantos da natureza,
Patentes em tanto jardim, campo ou devesa,
E onde a neve deixara seus dotes cunhados!

E também belo motivo, para pintar,
Seria: a campina, hortaliças apanhando;
Com ar de felicidade, por constatar,
Que enquanto seu corpo, bem sentia o nevar,
Beijos de esperança em sua alma, ia levando!...

É que é terno, esse branco do Céu a cair!,
Mas bem dosado e atempado, nas novidades;
E na verdade, quando as vamos usufruir,
Elas ( tenras e doces far-nos-ão sorrir,
Que a tal nos levam, tão divinais qualidades!

Deste modo, as couves, alfaces ou lombardas,
(Nos guisados, nas saladas ou nos cozidos)
Onde a neve, deixara graças entranhadas,
Tornam-nos as refeições, mais bem motivadas!
Alegram-nos bem mais os órgãos dos sentidos!

E as couves que a campina agarra na braçada,
Assim tenras e que atará depois, em molhos,
Irão pôr, tanta gentinha deliciada,
E como elas alegram a nossa consoada,
Com as suas folhas, os seus troços, seus "olhos"!

Pois nesse dia, são importante elemento,
Sabendo-nos melhor, pela neve mimadas;
E quando não, assolar-nos -à desalento,
Porque lhes falta tenrura e adocicamento,
Fazendo-nos lembrar, melhores consoadas...

Mas se assim não for, (ante ânimos aquecidos)
Se houver neve espalhada, no campo ou quintal,
Diz o povo: cai neve, com os teus dons queridos,
Para saboreamos mais, belos cozidos,
Como este, que tão bem nos soube no Natal!

1990

FIM

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