sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A TERNURA DA NEVE ( ENTRE SEXTA E SÁBADO - 2010/12/31) Do livro: ( já editado) "ESTRO DE MULHER"


A TERNURA DA NEVE

Ela tem beleza alabastrina, na cor!,
Mas faz negra a dor do mortal - ao a sentir;
E cor-de-rosa, torna o nume do pintor,
Do poeta e afinal todo o ser pensador,
Perspectivando o lado bom de seu cair!..

Quantas vezes o Inverno traz essa surpresa?
Essa terna lembrança, mandada pelo Pai do Céu?,
O mortal, a sente no corpo, com certeza,
Denuncia-se em mil cantos da Natureza,
E os telhados são mais lindos com esse "véu"!

Desta maneira pela manhã, ante a alvorada,
Quantos testemunhos disso, o mortal tivera?
Que até a roupa da cora, fica retesada,
Devido ao véu de neve, que adorna a noitada,
Evidência, que é complacente e severa!...

Por conseguinte essa roupa, toda, toda ela,
Lençóis, toalhas - O estendal no chão aberto -
Adquire grande encanto - uma acrescência bela -
Cada peça, torna-se uma genuína tela,
Que, no seu retesamento, tela é decerto!

E durante a noite, infelizes passarinhos,
Vítimas do frio, passaram seus tormentos;
E em querelas, voando dos galhos e ninhos,
Nessas telas de algodões e brancos linhos,
(Sem maldade) deixaram cair seus excrementos...

Se o mortal for pintor, surge-lhe um pensamento:
(Ante esses excrementos, que não valem nada)
Lembram-lhe os seus pasteis e óleos, num momento,
Que vê: castanho, branco amarelo e cinzento,
Aos montinhos, numa ou outra tela enrijada!...

E o mais curioso, que seus olhos contemplam,
(Em tais excrementos, que são p'rá roupa pragas)
É que na configuração que alguns apresentam,
Em finos rolinhos, as tintas lhe aparentam,
Tal qual, com então espremidas das bisnagas...

PAUSA

Sem comentários:

Enviar um comentário