A PROVIDÊNCIA, A GRAÇA E A FESTA
Ribeiro, rio e mar, muito se inebriaram,
Com a graça da água Benta, pluvial;
Relvados, carrajós e musgos, se lustraram,
Qu ela é-lhes brilhantina, quase Divinal!
Oh prados, que em vós relva, dessa cor verdinha,
Luzidia, Encorpada – assim bem tratada
Resulta uma alcatifa, de nobre rainha,
Tornando a natureza, mansão envaidada!
Ah que em vós valetas, carrajós altinhos,
– Alentados, lustrosos e bem irmandos –
Nas margens das estradas e também caminhos,
Parecem tapetões, para pés delicados.
Também muros, p’ra a festa do Inverno valeis,
Com os vossos macios musgos, de excelência;
São colchas de veludo, às varandas dos reis,
Mas feitas e tratadas pela Providência!
Vós esqueletos-árvores, que levantados,
Vedes à volta, tanta abastança, espalhada,
Também tendes em vós, porém embrionados,
Mimos da Providência - amiga que é tão dada!
Só que lhes causais, mais responsabilidade:
Que há o tronco, e a fronde - a trato radical,
Para o ressuscitar, de vossa mocidade -
Mas podeis crer, que isso é um "salto de pardal"!
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