quinta-feira, 24 de março de 2011

A ANDORINHA E O ROUXINOL - Do livro: (a editar) " PROPENSÕES MUSAIS"

A ANDORINHA E O ROUXINOL


Uma triste andorinha de negrinhas asas
Do seu beiral, ouviu um rouxinol trinar
Chorando até seus olhos parecerem brasas
Por saber não podê-lo jamais imitar...

Voou desesperada, para além das casas
E o rouxinol, parou seu canto p’rá louvar:
– Com teu voo andorinha, tu até me arrasas,
Pudesse como tu, assim alto eu voar.

– Sim rouxinol, das asas posso-me gabar,
Mas meu timbre de voz, esse, "longe" não vai
Porque a deusa Minerva não me dissera: CANTA!

– E eu? Que lhe obedeci, sendo ave de trinar,
Entre galhos, no Inverno solto ( o muito) um ai
Pois tenho os madrigais, gelados, na garganta!

1977

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