O ACANHADO INFRACTOR
Dar-lhe ou não esmola, era meu dilema
Por a solidão, ser seu mal maior;
Só que no asilo era algo agitador
E teve de sair – cumpriu-se esquema.
Como tal, dormia em miséria extrema,
Envolto em curto e frágil cobertor;
E com mais de acanhado, que de infractor
Nesse átrio de acesso ao velho cinema.
Desconheço onde dorme então agora,
Sei que por lhe deitarem trapos fora
Da rua, observa o átrio, revoltado;
Fecharam-no com grades e ferrolho,
E então sem uma perna e sem um olho,
Ele aprende a lidar com o seu fardo...
1995
Dar-lhe ou não esmola, era meu dilema
Por a solidão, ser seu mal maior;
Só que no asilo era algo agitador
E teve de sair – cumpriu-se esquema.
Como tal, dormia em miséria extrema,
Envolto em curto e frágil cobertor;
E com mais de acanhado, que de infractor
Nesse átrio de acesso ao velho cinema.
Desconheço onde dorme então agora,
Sei que por lhe deitarem trapos fora
Da rua, observa o átrio, revoltado;
Fecharam-no com grades e ferrolho,
E então sem uma perna e sem um olho,
Ele aprende a lidar com o seu fardo...
1995
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