PRÉ-ANOITECER DE VERÃO
Vai o dia, em si, um negro véu pressentindo,
Porque o sol, de novo, lhe parece morrer;
As estrelas e lua, nos irão sorrindo
Alegres, todas de dourado se vestindo,
Pois acham que ele, se teria ido esconder…
E eu, que da janela, gosto de contemplar,
– Nas tardes de verão, em pré-anoitecer –
A cena, de qualquer mortal, se extasiar…
Penso: Que bela razão, para a tela honrar!
Ah que estro, para a poesia enaltecer!
Longe…prédios à frente dum pinheiral
Tapando troncos, do lado direito e esquerdo,
E deixando ver, alguns da parte central,
Além – de triunfante – a ramagem geral,
Para contraste de espectáculo soberbo!
É o sol, que – cansado – vai feliz afinal,
Que atrás dos troncos, se não mostrará molengo;
Da cor do fogo, no meio do pinheiral,
Ele ostentará um encanto colossal,
Que par’cerá mesmo um património reguengo!
Um régio edifício, por verdor contrastado,
E onde o belo horrível, parece acontecer,
Que atrás dos pinheiros – muito bem repimpado –
O sol, esse soberano astro mui amado,
Se assemelha a mavioso castelo a arder!
1988
Sem comentários:
Enviar um comentário