A PEDINTE DA QUARTA-FEIRA
Quem por ela perpassa sente a urgência,
De lhe dar, moedinha confortante,
Ou seguir, sem olhá-la um só instante,
Que pode ter, repantes de indecência...
E com imprecionante persistência,
Estende a mão (por ser pouco falante)
ou abana as pessoas, implorante,
Sem ter algum recato ou paciência.
E até alguém parado com alguém,
A pedinte interrompe p'ra o seu bem,
Colhendo às vezes disso uma censura;
Mas logo mostra o seu trunfo escondido,
Porque até à cintura, ergue o vestido,
Pondo o povo, na rua da amargura!...
2001
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